O tema diversidade se tornou pauta recorrente nos últimos anos, especialmente, quando falamos do mundo corporativo e a importância de um mercado de trabalho representativo.

E, felizmente, esse é um assunto que também cabe à publicidade, afinal, as campanhas publicitárias possuem um papel fundamental na sociedade, pois elas têm o poder de educar e de refletir valores importantes para as pessoas.

Desse modo, uma publicidade inclusiva tem como objetivo quebrar padrões e mostrar que as marcas, produtos e serviços estão no alcance de todas as pessoas e, claro, é também uma chance de apresentar grupos sociais considerados como minorias de forma positiva ao consumidor, com o objetivo de combater o preconceito.

O que é inclusão social?

Se procurarmos no dicionário o significado da palavra inclusão irão aparecer diversas repostas, todas referem-se ao conjunto de elementos ou a integração absoluta de algo. E quando falamos de inclusão social? Qual é o real significado desse conceito?

Podemos definir como inclusão social o conjunto de ações e mecanismos que visam combater a desigualdade para tornar a sociedade um lugar para todas as pessoas, independentemente da cor, classe social, gênero, educação, deficiência e idade.

Mas o que isso tem a ver com publicidade? Absolutamente tudo. Pois a partir do momento que as pessoas não são estereotipadas e são colocadas como protagonistas em campanhas para contar histórias, independente da mídia, estamos abrindo um espaço que também pertence a elas, mas que foi negligenciado e inviabilizado durante toda a história da humanidade.  

É tudo mimimi? Acho que não!

Mesmo que pautas identitárias tenham se tornado o foco na grande mídia, as ações de representatividade em campanhas publicitárias ainda não são suficientes, pelo menos é o que diz a pesquisa Todxs, desenvolvida pela ONU Mulheres e pela Heads Propaganda, em 2020, e viabilizada pela Aliança Sem Estereótipos, movimento que tem como objetivo conscientizar agências e anunciantes a respeito da importância e necessidade de eliminar estereótipos na publicidade.

O estudo que coleta dados durante sete dias na TV aberta, fechada e no Facebook, constatou que na televisão, a presença de homens negros em situações de protagonismo caiu de 22% para 7%. Bastante, não é mesmo?

No caso de mulheres negras, o número aumentou cinco pontos, mas não ultrapassa 25%, o maior pico alcançado desde 2018. Enquanto isso, mulheres brancas ainda representam 74% do protagonismo na TV.

Ou seja, mesmo com movimentos que visam por mais representatividade tomando força, os números apresentados pelo estudo mostram uma estagnação e até mesmo retrocesso no recorte de raça em comerciais na TV. Por um outro lado, a representação de mulheres negras em anúncios do Facebook chegou até 35%, maior número até agora.

Quando falamos de publicidade inclusiva estamos abordando diversas comunidades. O público LGBTQIA+, por exemplo, representa apenas 1,3% nas publicidades, enquanto apenas 0,8% dizem respeito a pessoas com deficiência. Ou seja, desenvolver campanhas publicitárias inclusivas é uma das grandes necessidades do mercado publicitário.

O público está de olho

Outra pesquisa realizada pela YouGov, empresa global de pesquisa de mercado, em parceria com a Visual GPS, plataforma de insights criativos da Getty Images, constata que 80% das pessoas acreditam que as empresas precisam fazer um trabalho melhor para alcançar a representatividade em publicidades.

Esse dado mostra que o público se mantêm atento com esse tema e que as pessoas buscam se identificar com o que é apresentado nas campanhas, no entanto, é importante ressaltar a necessidade de inclusão e representatividade na força de trabalho. Tanto que a mesma pesquisa revela que seis a cada dez pessoas preferem comprar de marcas que foram fundadas ou que sejam representadas por profissionais semelhante a elas.

Ou seja, a representatividade para o público vai além do que é mostrado nas campanhas publicitárias, se refere também ao protagonismo da vida real. Então, quando se fala em diversidade genuína é preciso pensar quem são os profissionais que estão por trás das histórias contadas.

Lucratividade e representatividade andam de mãos dadas

A diversidade se tornou um diferencial competitivo nos negócios. De acordo com a consultoria McKinsey, empresas que possuem representatividade possuem 33% mais chances de uma performance financeira superior.

Trazendo esse número para o mercado publicitário, podemos dizer que quando as agências contam com mais diversidade em sua composição, elas conseguem inovar ainda mais no processo criativo para as campanhas, pois furam a bolha e possuem profissionais que buscam quebrar os estereótipos que acompanham a publicidade há tanto tempo.

Afinal, não é possível trazer mais representatividade em campanhas, quando há uma manutenção de privilégios nos postos de trabalho no mercado publicitário. Com esses dados conseguimos ter noção do quanto o setor ainda precisa caminhar para conseguir alcançar um cenário considerado ideal para todos e todas.

Embora as agências precisem se movimentar para mudar essa realidade, é importante que as empresas contratantes estejam atentas a esse cenário para que possam trabalhar com parceiros que buscam essa mudança de forma efetiva. O que achou do nosso artigo? Continue acompanhando o nosso blog para ler mais sobre dados do mercado publicitário!