Que o marketing digital cresceu muito nos últimos anos isso todo mundo sabe. Hoje de 5 empresas que nos procuram, 4 delas estão interessadas em divulgações nas redes sociais e demais canais deste meio. O ano de 2017 foi o ano em que a mídia digital atingiu seu recorde de participação no mercado publicitário mas também foi uma das maiores decepções.

Isso ocorreu desde que Marc Pritchard, líder publicitário da P&G, maior anunciante global, disse que este meio não tinha credibilidade nenhuma, afinal falta critérios sólidos de visibilidade e pesquisa, muitas fraudes e falta de transparência de como as verbas dos clientes são empregadas. Com isso, sua empresa reduziu o investimento de 100 milhões de dólares no digital e ainda informou publicamente que isso não afetou em nada as vendas dos seus produtos que usavam essas mídias.
Hoje temos a maior concentração de divulgação, algo em torno de 84% no Google e Instagram, não deixando que outros meios consigam se desenvolver adequadamente, criando um grande monopólio, afinal não há interesse por parte deles mudar seus procedimentos para melhorar sua credibilidade como a TV, Jornais, Revistas, Rádios e até mídias OOH.

Além disso, muitos escândalos envolveram as mídias digitais.
Alguns exemplos disso são os seguintes:

O Facebook divulgou que sua audiência nos Estados Unidos era de 41 milhões de pessoas entre 18 e 24 anos, quando na verdade a população não passava de 31 milhões. Além disso, a rede social se envolveu no escândalo de vazar informações de seus usuários para colaborar com o marketing política da candidatura de Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos.

O JP Morgan Chase divulgou fraudes de publicidades não veiculadas entre 6,5 e 16,4 bilhões.

O The New York Times publicou uma matéria com o título: “A fábrica de seguidores” onde mostra diversas fraudes envolvendo influenciadores, afinal como celebridades, atletas, políticos e especialistas nos mais variados assuntos compram seguidores, curtidas e comentários para aumentar sua fama e reputação?

A Trustworthy Accountability Group (TAG), uma associação de grupos da indústria de publicidade digital, considera que as fraudes podem diminuir em até 83%, já que juntamente com agências de mídia como GroupM, IPG Mediabrands e Horizon Media e empresas de métricas como Moat, Integral Ad Science e DoubleVerify, examinaram 6,5 bilhões de impressões em anúncios display e constataram que 97 milhões, se referiam a um tráfego inválido feito por robôs que simulam humanos para gerar audiência.

Mesmo com tudo isso, não é possível medir as perdas de investimento em fraudes publicitárias. Alguns especialistas afirmam que são US$ 6 bilhões para menos, enquanto outros acreditam que esse valor está crescendo até os US$ 16 bilhões.

Em um momento em que a sociedade discute o valor da verdade e transparência, a primeira medida é sempre o corte de investimento nessas mídias online. Mas será que esta seria mesmo a melhor saída? Como aproveitar da melhor forma as facilidades da programática, das plataformas, os dados e todas as vantagens que foram trazidas como benefícios para nossa indústria nos últimos anos?

A ABA, Associação Brasileira de Anunciantes lançou em 25 de setembro, a “Carta Global de Mídia”. O documento publicado durante o ABA Mídia adota princípios dos anunciantes para boas práticas no ambiente de publicidade digital. Ele propõe, inclusive, que agências empresas de adtech, veículos e plataformas criem um ambiente mais seguro, transparente e favorável ao consumidor.

De acordo com Marco Frade, head de mídia, digital & PR da LG e presidente do Comitê de Mídia da ABA, o objetivo é estabelecer a urgência necessária na “adoção de ações incisivas pelo ecossistema para reconstruir a confiança, por meio de oito princípios de parceria sobre os aspectos mais críticos da publicidade digital”.
Os oito princípios apontados pelo documento são: tolerância zero às fraudes com compensação por qualquer violação; rigorosa proteção à segurança de marca; limites mínimos de viewability; transparência em toda a cadeia de fornecedores; verificação e medição de terceiros como requisito mínimo; necessidade de abertura para escolha dos parceiros; melhora dos padrões com transparência de dados e adoção de medidas para proporcionar melhor experiência aos consumidores. A carta pode ser lida na íntegra direto no site da ABA.

Com tudo isso, você deve estar aí se perguntando:

“Então não devo investir em mídias sociais?”
A resposta é:
“SIM, você DEVE investir, porém com algumas precauções”


Fonte: ABA, Globo.com e Meio e Mensagem

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Renata Paz
CEO e Diretora de Criação / Planejamento da MegUp Propaganda
Bacharel em Publicidade e Propaganda pela Anhembi Morumbi, Pós Graduada em Direção de Arte na Belas Artes e Especializada em Psicanálise voltada para Marketing, reúne mais de 20 anos de experiência na área de Criação e Planejamento. 

Foi eleita como MELHOR PROFISSIONAL DE PLANEJAMENTO de 2015 e MELHOR DIRIGENTE DA INDÚSTRIA DA COMUNICAÇÃO em 2017 pelo Prêmio ABC da Comunicação e já soma 21 prêmios junto com sua equipe para sua agência, a MegUp Propaganda.